Empresarial
ENTREVISTA COM JOSÉ CABELLO
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Juventude com experiência. É uma forma bastante precisa de definir o jovem responsável pela produção da BERALMAR, José Cabello. Com 40 anos recém-celebrados, casado e pai de dois filhos, apaixonado pelo montanhismo, artes marciais, basquetebol, rock & roll e as Harley Davidson, este terrassence formado em automobilismo e design mecânico possui literalmente mais de meia vida de trabalho na empresa, desde que foi admitido no gabinete técnico em 1994.
NEWSLETTER BERALMAR: Desde o início a desenhar equipamentos de combustão até à atualidade, você e a empresa evoluíram muito.
JOSÉ CABELLO: Imenso. Imagine que quando comecei corria papel vegetal pelo gabinete técnico, os computadores conviviam com os marcadores Rotring e Paralex e além disso só desenhávamos equipamentos de combustão e ventiladores. Em breve foi criado o departamento de design de fornos e secadores, mas eu fiquei no departamento de design de equipamentos, até ser o respetivo responsável.
N.B.: ... para passar a ser responsável pelo fabrico, em 2014. Depois de 20 anos a desenhar máquinas, alguma coisa deve saber sobre como fabricá-las.
J.C.: Sim, foi um salto inesperado para mim nesse momento. A avaliação que faço 2 anos depois é muito positiva, assim como o ambiente, sinto-me valorizado pelos colegas e existe um ambiente muito bom na oficina, mas o início não foi nada fácil. Para mim foi uma mudança muito grande, em muitos sentidos. Mas sim, evidentemente que me ajuda muito conhecer o produto que tenho aqui na oficina.
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N.B.: Quais foram os principais desafios nesta nova posição?
J.C.: Sem dúvida ter de me responsabilizar por uma equipa muito maior do que no departamento de design. Também tínhamos a mesma pressão para terminar os projetos dentro dos prazos no departamento de design, mas era muito mais fácil de gerir. Éramos uma equipa de cinco e a coordenação era relativamente simples. Na produção, a coordenação dos trabalhos é mais complexa, já que além de depender de fornecedores, as pessoas que tenho à disposição variam constantemente, já que muitas estão frequentemente a viajar para montagens em casa de clientes, colocações em funcionamento, às vezes sabendo isto de um dia para o outro. Por isso, um dos meus desafios é aumentar a polivalência do equipamento de trabalho e minimizar o impacto destas situações.
N.B.: Também levou a cabo tarefas de direção de obra durante a etapa no gabinete técnico.
J.C.: Durante um tempo, sim. Quando estava no design de fabrico também tive de visitar muitos clientes para tomar medidas ou supervisionar montagens de equipamentos. Foi muito bom, gosto muito do contacto com os clientes, lembro-me de mil histórias...
N.B.: Sou todo ouvidos...
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J.C.: Lembro-me de quando prometemos fazer um forno em 12 semanas para um cliente de La Rioja; o cliente provocava-nos, dizendo que não conseguiríamos acabar a tempo e por fim teve de nos pagar um jantar. Havia muito bom ambiente na construção daquele forno. Também me lembro muito bem das estadias prolongadas na Colômbia...o trabalho e as refeições com o pessoal da fábrica. Lembro-me de um bom cliente e amigo de Granada, que satisfeito com o meu trabalho, quis mimar-me tanto com a gastronomia local que me fez perder o avião de volta para Barcelona. Também estive a ponto de perder um voo de regresso dos Estados Unidos porque fiquei com as chaves dentro do carro e este fechou-se automaticamente...organizou-se uma aposta entre os americanos e os mexicanos da fábrica para ver quem conseguia abrir primeiro o carro e não perdi o avião graças aos mexicanos...! Gostei muito dos Estados Unidos, eu que sou tão aficionado pelas Harley Davidson; aquilo era o paraíso. Também me trataram muito bem na Albânia, gente muito acolhedora e hospitaleira...todas as manhãs era recebido com um licor caseiro e no entanto riam-se da cara que fazia ao bebê-lo... Também tenho recordações muito boas de Marrocos, boa gente e boa comida! Não há nada melhor do que trabalhar bem e notar a valorização pessoal do cliente. Se a isto se somar o intercâmbio cultural e a oportunidade de conhecer o mundo, é fantástico. É disto que tenho mais saudades nas minhas responsabilidades atuais. Mas não me estou a queixar, ok? Só estou a recordar histórias. Cada etapa tem as suas coisas.
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Orgulhoso da sua “Harley”, com que vai para a BERALMAR sempre que o tempo permite.
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N.B.: E já conta com umas quantas etapas, com apenas 40 anos!
J.C.: Já faz 22 anos que estou na BERALMAR...depois de dois anos de uma adaptação difícil como responsável de produção, penso que agora é altura de começar a levar a cabo algumas melhorias, se bem que eram mais fáceis de dizer e propor de fora do que de dentro. Por isso não posso pensar em nenhuma etapa nova porque ainda não fiz nada aqui. Agora é que posso começar a contribuir.
N.B.: Juventude, experiência, conhecimento da casa e força de vontade. Só falta desejar-lhe boa sorte!
J.C.: Isso nunca é demais!
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CONCLUSÕES DA FEIRA TECNARGILLA 2016
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No passado dia 30 de setembro ficou concluída a 25.ª edição da feira TECNARGILLA em Rimini (Itália).
A BERALMAR participou nesta feira, tal como tínhamos anunciado, e algumas das primeiras conclusões que podemos tirar são as seguintes:
- Apesar da existência da secção CLAYTECH, que agrupa os fornecedores da indústria cerâmica estrutural, com o passar dos anos a TECNARGILLA tornou-se numa feira eminentemente focada na cerâmica fina, e com muito sucesso. No entanto, a secção CLAYTECH torna-se mais residual em cada edição, quer no número e tamanho dos stands, quer na quantidade de visitantes.
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- A duração da feira (5 dias) foi sempre excessiva, mas este ano isto torna-se mais patente ainda devido ao número menor de visitantes, que faz com que nas últimas edições 80% das visitas se concentrem em apenas dois dias: no segundo e no terceiro. O quarto e o quinto dia são um desperdício de tempo e recursos desnecessários para todos.
- Apesar destas constatações, que sem dúvida levarão à reflexão sobre futuras participações de muitos expositores nesta feira histórica, o que fica desta última edição da TECNARGILLA são as conversações mantidas com os visitantes, a quem aproveitamos para agradecer a visita, e que apesar de não terem sido em grande número, foram-no em qualidade.
A próxima edição da TECNARGILLA será em 2018, o mesmo ano da próxima edição da CERAMITEC. Por este motivo, não podemos assegurar que nos veremos em Rimini em 2018, mas em qualquer caso iremos mantê-los informados por este meio.
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